segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eros e Psiquê...

      Nossa condição humana nos leva a discorrer  por vezes, sobre assuntos demasiados distantes de serem alcançados com palavras, me proponho vez ou outra a perguntar sobre a possibilidade de traduzir certos sentimentos... existe um contraponto entre dizer e sentir, o fato é que impossibilitados de dizer o que sentimos dizemos algo que traduz um sentido universal desta impossibilidade...
      Como quando dizemos´´ Eu te amo`` , e sabemos no fundo o quanto estas palavras são insuficientes, sabemos que através delas podemos traduzir não o que sentimos, mas o sentido universal que reflete nossa cultura, que aponta para o possível do compartilhar com dizeres os sentimentos, o fato é que somente com sentimentos o podemos compartilhar, o máximo que as palavras ditam é comunicação...( Sim quem disse que comunica é compartilhar?...não estamos nos referindo ao âmbito do saber, mas sim da existência...)
    Um amigo me disse ´´ o amor não se desvela nas palavras, mas sim nos atos, nos gestos é que o podemos perceber, as palavras o obscurecem e fazem parecer vazio...``, concordo , penso que um olhar como diz o dito popular, por vezes diz mais do que mil palavras. Geralmente me contradigo por vezes ao tentar dizer o que sinto, isto é verdade, mas não é apenas minha incapacidade, o fato é que as palavras são pobres para traduzir certas emoções...
    Quando digo que é somente o sentimento mútuo que pode ser compartilhado, acredito que é por este estar fora da linha lógico-racional em que se admite um discurso, assim por exemplo ao nos tornarmos amantes, temos uma língua própria, temos uma possibilidade única de conduzir para além das palavras, com elas ou sem elas...

 

2 comentários:

  1. Verdade. É como aquela história do dedo que aponta para a lua. Se você se concentra no dedo, perde a lua. Com palavras é o mesmo.

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  2. A história de Eros e Psiquê tem uma importância literalmente vital para mim. Lembrou-me que na adolescência, eu era um fatalista com tendências ao suicídio. Somente depois de ouvir o que o grande Pã, ao lago do regaço que Psiquê se preparava para dar-se de pasto aos peixes, que entendi que nenhum homem tem o direito de ceifar a vida de nenhum ser.

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