sábado, 19 de maio de 2012



Se colher dos teus lábios pudesse eu
todas as manhãs o orvalho da noite
e todos os dias te regar de alegria
encolheria a vida em uma pequena semente 
e no solo desse amor a plantaria...
Esperaria serena o tempo de seu florescer
e cultivaria os frutos dessa alquimia
ceifaria de ti toda dor da existência,
e a ti restaria apenas brincar com a minha essência...

Luz

Fixei morada no relâmpago da tua presença,
dos teus passos e perfumes, dos teus ombros,
da tuas iras e das nossas poesias.
Injustas horas que atropelam o relógio na tua estadia...
A graça do teu riso três séculos ou mais atropelaria
a beleza tua a do lírio do campo afugentaria.
Ainda que distante de ti, te sinta,
não são mais do que sombras ao meu redor,
espectros da tua presença todo o resto de coisas
apenas sinais, setas apontando a sua ausência.