quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Do dia de amanhã

Aceito a impermanência, mas seria isso o mesmo
que estar a admitir outra coisa além do agora que se passa?
Essa impermanência que me cerca é apenas uma soma de agoras,
e se não existe nenhum, não há montante, não se somam, se subtraem.
Se não olhasse pra essa dor, pra essa alegria, pra tanta euforia, e a paz não existiria...
Se não sofresse e risse bem alto, como poderia eu dizer-me alguém que suporta
que diz a impermanência que se importa...?
Não se trata de um preparo, de um descaso com a atualidade,
estando acordado percebo neste um tanto de mediocridade...
A impermanência é exatamente o agora tomado na sua intensidade,
mas sem volúpia, o que seria o mesmo de dizer que eu não posso exauri-lo.
Sem a apreciação profunda do que é, como vislumbrar o vir-a-ser?
sem o agora a impermanência permanece este conceito metafísico que mascara a minha dor...




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