quinta-feira, 30 de maio de 2013

Amor te...

Se de ti não me restasse apenas as tuas costas
se tua mão me aquecesse na hora do meu pesar
se sobrasse a metade de um sorriso quando o galo canta,
sua casa estaria arrumada e pronta a minha visita.
Mas me rouba dos encantos dos passaros, das árvores e dos lírios
para entender a cor que me brilha, me tinge,
me faz de conta, me transforma em lúgubre borboleta.
Isso pra fugir do tormento da sua dança vazia,
me empresta o céu, sua caneta, e me contorna,
ao redor das nuvens e segue o meu vôo alto e  astuto,
segue o que de fato pensou ser minha sombra,
era o que lhe parecia aquela pilha de discos e de palavras zombeiras
no entanto era um reflexo teu,
de sua negra solidão, que fez de mim um passado, eterno e figurado,
e deixou para trás não apenas minhas asas, caídas,
mas também a sua alma, que só com a minha sorria.
 

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