quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tempestade 

Agora são 04:44 da manhã, decidi fazer este blog não por falta de sono, mas talvez este se ausentou na intenção própria de me encaminhar até aqui. Na verdade eu já não podia mais dormir, e eu bem sei que não sou de ter insônia se não durmo algo não anda bem, se não durmo é sinal de que tem algo de errado, mas não dessa vez. Dessa vez foi bem o contrário, não é que eu pudesse continuar na cama e assim amanhecer o dia da maneira corriqueira, não, certamente isso não me seria possível! Talvez eu tivesse aceitado um convite desde ontem e como tardasse a cumpri-lo o sono se ausentou e deu-me espaço para cá estar.O interesse me surgiu, quando estava a observar na tarde do dia anterior a chuva que lá fora caia. Não que a chuva em si tenha me motivado, sou uma apaixonada pela vida, e a chuva é para mim um dos mais belos espetáculos, dessa última faz sorver aos olhos o que de mais elevado temos em matéria de beleza, no entanto o que em mim movimentou um desejo de escrever foi o descarrilhar de comportamentos risos e sensações que nos povoam na tempestade.
Há decerto quem não se deixe envolver pela chuva, por sua aparência fria, penso que é perca de tempo pensar que dela podemos fugir, até o andarilho que puxa seu carrinho desatento pela calçada, que não sente que sente a chuva desarvorando sua pouca ordenada aparência, que se acostuma com a troça do tempo, com a barbárie do vento, com a roupa molhada, é atingido pelo desaforo da tempestade.
Penso que a chuva é como a vida, cada gota significando algo para alguém, cada um enfrentando do seu jeito, para uns é insuportável, alguns seguem, outros param, uns fogem dela tentando se esconder, outros dela    somente suprem o corpo, uns gostam, outros odeiam.
Se comparo a vida com a chuva  é que nesta podemos somente observar beleza quando aceitamos de fato sua dose de caos, a vida assim como a chuva apresenta-se travessa se queremos domina-la caótica se preestabelecermos metas, fora de lugar se não aceitamos suas condições, mas se nos dispomos a senti-la, a negociar com o caos o refresco da existência, dividimos o peso das trovoadas pela beleza da paisagem.

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