quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Outro dia...

        É melhor não esperar o amanhã, talvez ele realmente não exista. Retóricamente podemos afirmar que seja sempre inalcançável. Do ponto de vista da implacável ceifadora da existênca, aceita-se a afirmação sem muitos assombros e conjecturas. O fato é o que se pode fazer com ela.
        
        Certamente a incertezada vida nos desloca para algum lugar, na razão, no tempo ou no espaço, onde se busca um entalhe, um sentido, uma maneira de viver o efêmero espetáculo que se nos desacortina as vistas, sem perder a perspectiva de sua breviedade e sua beleza.
        
       Afirmar que o hoje é tudo o que temos implica-nos a transcorrer o ter, afinal o que temos para além daquilo que somos?
      
         Só podemos desfrutar a tranquilidade de um amanhecer, se tivermos tranquilidade interiormente. Para as pessoas tempestuosas que vivem a reclamar os desprazeres da vida, não existe paisagem que da alma faça os olhos entumescerem-se.
      
        A beleza de cada momento, o profundo significado que apregoamos a aprendizagem do que podem-se chamar ´´pedras no caminho``, se faz e é feita e atualizada constantemente pelo ser que a observa.
  
        Não é o mundo quem deve mudar para que sejamos felizes, tampouco as outras pessoas podem no faze-lo. O apontamento das mudanças deve nos ter como norte. É melhor como dizia Shakespeare ´´Não esperar que nos tragam flores, mas que plantemos nosso próprio jardim``.

         Somente observando beleza em sí próprio é possível admirar o mundo, se não acreditamos que podemos ser melhores hoje, no eterno agora, como podemos ter esperanças no futuro da humanidade?

        O grande mestre Mahatma Gandhi incentivava as pessoas a serem ´´ a mudança que gostariam de ver no mundo``. Quanto a isso ser possível é necessário ajustar a lupa, arregaçar as mangas, a ceifadora não vai esperar mais alguns anos....

         Se se quer apreciar a existência, deve-se fazer desta, a própria obra de arte, e no eterno agora colocar-se a esculpir.

    

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